Achou que era PF de ‘Prato Feito’? Não mesmo, é PF de policia federal! Trutis passou por exame de corpo de delito e será transferido para presídio.
O deputado federal Loester Carlos (PSL), mais conhecido como “Tio Trutis”, preso pela Polícia Federal em Campo Grande nesta quinta-feira (12), vai ser levado para cela do sistema penitenciário.
O Campo Grande News levantou que o parlamentar vai ser submetido a exame de corpo de delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e depois será transferido para um presídio. Essa providência é praxe para pessoas presas, para verificar as condições físicas. O lugar para o qual o parlamentar vai não foi informado.
Trutis foi alvo de busca e apreensão, determinadas pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), em inquérito para investigar atentado denunciado por ele em fevereiro deste ano, na BR-060 em Campo Grande. O trabalho policial revelou que se tratou de farsa. Ele é investigado por “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo e falsa comunicação de crime”.
Ou seja, as investigações iniciadas oito meses atrás mostram que o atentado relatado por Loester Carlos foi forjado.
Hoje foi desencadeada a operação para cumprir mandados de busca e apreensão para produção de provas. O deputado acabou sendo preso em flagrante com arma irregular. A reportagem apurou se tratar de modelo de uso restrito, cujo porte ilegal é crime inafiançável.
Deflagrada logo ao amanhecer, a “Operação Tracker” envolveu 50 policiais federais e 10 mandados de busca em endereços de pessoas ligadas ao deputado federal, inclusive o irmão dele, Carlos Alberto Gomes de Souza, em Campo Grande e em Brasília.
O PSL ainda não se manifestou sobre a prisão do político. Foi tentado pela reportagem contato tanto com a assessoria de imprensa de Trutis quanto com o gabinete, onde a informação é de que não havia quem pudesse conversar com o jornalista.
Defesa
Advogado que esteve esta manhã na PF (Polícia Federal) em Campo Grande durante ação que acabou prendendo o deputado federal Loester Carlos, o Trutis (PSL), deixou a sede do órgão por volta das 11h45.

A equipe de reportagem do Campo Grande News tentou conversar com ele, na entrada da PF, às 9h09, mas ele se limitou a dizer apenas que estava ali para representar o parlamentar. Na saída, às 11h45, manteve o silêncio.
Depois, por telefone, informou que atendeu duas pessoas envolvidas na operação, que foram à PF prestar depoimento e foram liberadas.
A investigação – Loester Carlos foi detido durante cumprimento dos 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal).
No documento, ao qual o Campo Grande News teve acesso, consta que o inquérito investiga os crimes de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo e falsa comunicação de crime”.

A falsa comunicação de crime refere-se ao “atentado” que teria sido forjado em 16 de fevereiro deste ano. Naquele domingo, Trutis publicou no Facebook, por volta das 9h, que ele e sua equipe haviam sofrido atentado à caminho de Sidrolândia – distante 70 quilômetros de Campo Grande. O parlamentar alegou ter sido vítima de emboscada e narrou que revidou o ataque.
Segundo a PF, a ação foi batizada Tracker, “rastreador” em inglês, porque “faz referência ao intenso trabalho investigativo realizado pela Polícia Federal em busca de provas para a completa elucidação dos fatos e identificação dos autores”.
A operação, informa nota da Polícia Federal divulgada nesta manhã, “tem como foco suposto atentado a deputado federal ocorrido no início do ano”.
Ordem da Ministra
A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu que a Polícia Federal cumprisse os 10 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (12), “com a máxima discrição”. A magistrada recomendou que a PF só utilizasse força policial “em caso de extrema necessidade” e que policiais evitassem o uso de armamento ao chegarem aos endereços dos investigados.
“Deverá a autoridade policial responsável evitar a exposição indevida, especialmente no cumprimento da medida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, bem como evitando o uso de armamento ostensivo”, pontuou a ministra em uma das ordens de busca a qual o Campo Grande News teve acesso.
Os mandados foram expedidos pelo STF porque Loester Carlos tem foro privilegiado. Porém, nesta manhã, ele foi preso, conforme apuração da reportagem, por se tratar de flagrante de posse ilegal de arma de fogo.
Planejamento – A autorização do Supremo para a deflagração da Operação Tracker foi expedida no dia 3 de novembro. A PF levou, portanto, nove dias para planejar os trabalhos.
Hoje, a Polícia Federal colocou 50 agentes nas ruas de Campo Grande e Brasília (DF) para vasculhar 10 endereços em busca de provas contra o “atentado fake”, forjado pelo deputado em fevereiro.
Segundo a PF, a ação foi batizada Tracker, “rastreador” em inglês, porque “faz referência ao intenso trabalho investigativo realizado pela Polícia Federal em busca de provas para a completa elucidação dos fatos e identificação dos autores”. A operação, informa nota da Polícia Federal divulgada nesta manhã, “tem como foco suposto atentado a deputado federal ocorrido no início do ano”.
Falsa denúncia – Trutis é investigado por “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo e falsa comunicação de crime”, conforme também está registrado no texto que saiu do gabinete de Rosa Weber.
No dia 16 de fevereiro deste ano, um domingo, Trutis publicou no Facebook, por volta das 9h, que ele e sua equipe haviam sofrido atentado a caminho de Sidrolândia – distante 70 quilômetros de Campo Grande. O parlamentar alegou ter sido vítima de emboscada e narrou que revidou o ataque.
“O carro em que estavam foi alvejado por, no mínimo, 5 disparos”, dizia a nota divulgada na rede social.
A imagem anexada à postagem mostra um carro Toyota Corolla preto com vidros estilhaçados e marcas de bala. “O deputado conseguiu revidar o ataque. Apesar da emboscada, todos estão bem e sem ferimentos”, continuava comunicado.

Loester Carlos contou que acionou o Bope (Batalhão de Operações Especiais), que levou o deputado até Polícia Federal de Campo Grande, onde ele fez a denúncia.